- Área: 6591 m²
- Ano: 2010
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Fotografias:Ramiro Ramirez
Restrições
Santa Catarina é uma cidade de 230 mil habitantes, localizada no estado de Nuevo León, no noroeste do México. Este conjunto representa o primeiro projeto do escritório fora do Chile.
O governo de Neuvo León, México, encomendou-nos um projeto de um conjunto de 70 habitações em um terreno de 0,6 hectares, m um bairro de classe média de Santa Catarina. A densidade necessária sugeria a aplicação da tipologia desenhada para Iquique, no entanto, o clima de Santa Catarina é muito distinto do norte chileno (desértico). Os 600mm de chuva por ano exigem adaptar a resposta à essa nova pergunta.
A comissão propõe o desenvolvimento de um bairro de classe média, com um financiamento de US$ 20.000 por habitação (quase o dobro do orçamento para os outros projetos do escritório construídos no Chile). Entretanto, as normas construtivas e as regulamentações aumentam os custos da construção significativamente. Neste cenário, é muito pertinente a estratégia de investir os recursos estatais na construção da “metade difícil” da habitação, especialmente tendo em vista a capacidade de auto-construção no México, o que garantirá um quadro muito promissor da ampliação das casas.
O Projeto
O projeto propõe um edifício contínuo de três pisos de altura, cuja secção mostra a sobreposição de uma habitação (primeiro nível) e um apartamento duplex (segundo e terceiro nível). Ambas as unidades estão projetadas para facilitar técnica e economicamente o desejado padrão final de classe média, do qual entregaremos a “primeira metade” (40m2). Neste sentido, as partes difíceis da residência (banheiros, cozinha, escada e muros perimetrais) são projetadas para o cenário ampliado, ou seja, para uma habitação de mais de 58m2, e para um duplex de 76m2 aproximadamente.
Em segundo lugar, dado que quase 50% dos m2 do conjunto serão construídos pelos próprios proprietários, este edifício é permeável para que os crescimentos ocorram dentro da sua estrutura. Por um lado, queremos marcar e ritmar (mais do que controlar) a construção espontânea a fim de evitar a deterioração do entorno urbano, e por outro, facilitar, para cada família, o processo de ampliação. A cobertura contínua, proposta sobre cheios e vazios, protege da chuva as zonas de ampliação e garante o perfil definitivo do edifício.
Em terceiro lugar, a experiência nos ensinou que em bairros de classe baixa, as áreas verdes tendem a ser “de terra”, devido à escassa manutenção e a distância existente entre área verde e casa, não permite que os vizinhos cuidem do espaço. O que fizemos, neste caso, foi circundar a área verde com o edifício, reduzindo ao mínimo a distância entre o espaço comunitário e as habitações. Isto nos permite definir um espaço coletivo de acessos resguardados, que dá lugar as conexões sociais e gera condições favoráveis para que a manutenção e cuidado aconteça, devido à proximidade às casas.
Todos os apartamentos têm acesso direto desde o espaço público e estacionamento, condição especialmente relevante em um país em que qualquer família pode ter um carro.